Dicas Peregrinas #1

A alimentação ao longo do Caminho

A atividade física exige um consumo maior de alimentos. Logo necessitamos repor energias, para recuperar a musculatura e reequilibrar nosso organismo, visando recompor nosso corpo para que estejamos sempre aptos a nos manter ativos.

Também sabemos que uma longa caminhada, é uma atividade que demanda um grande gasto energético, principalmente quando falamos de percorrer, por exemplo 819 quilômetros ao longo de em média trinta dias no Caminho Real Francês. Caminhar é uma atividade que nos proporciona grande prazer, mas nos cobra muito esforço e suor. Assim, chegamos à conclusão basicamente que o melhor alimento que podemos consumir são os carboidratos. Eles proporcionam energia, mantendo o nível de açúcar no sangue dentro do que seu corpo necessita para desenvolver a atividade. 

Nas paradas junto às fontes de água, aproveite para efetuar a troca de água que ainda houver no seu cantil ou garrafa. Jamais somente complemente o conteúdo do seu cantil!!!

Chocolate em barra é ótimo para repor energias, mas no calor podem derretem e fazer a maior sujeira na sua mochila. Se você fizer questão leve apenas no inverno, ou proteja da melhor forma.

Sanduíche feito em pão de forma pode não ser uma boa idéia pois dentro da mochila tende a ficar completamente amassado. Prefira aquele pão tipo bisnaga para confeccionar o seu sanduba.

Vamos pensar na questão ecológica evitando produzir muito lixo com como produtos com embalagens volumosas e pesadas. Não vamos sujar o Caminho!

Enquanto você caminha, ou no decorrer do dia, procure comer apenas alimentos leves como barras de cereais e frutas, deixando os sanduíches para as paradas mais demoradas, permitindo uma digestão mais adequada.

Leve sempre algo a mais para comer, pois é melhor sobrar do que faltar. Tem pessoas que sentem mais fome em determinadas circunstâncias, talvez devido ao gasto energético; enquanto outras sentem menos fome, pois apesar do dispêndio de energia ser o mesmo, a mudança de hábitos, de alimentação e de horários desregula o sistema digestivo e o metabolismo.

Portanto a regra é mais ou menos essa: Durante o dia, caminhando, prefira alimentos mais práticos, como aqueles já citados: bolachas, barras de cereais, frutas etc. No albergue,  a noite uma refeição quente faz milagres.

Durante ou depois de uma longa é importante que você aumente a ingestão de sais minerais. Não pense que é só de alimentos doces que você precisa. Claro que eles contém os carboidratos, tão necessários à manutenção da atividade. Porém os sais são muito importantes, pois atuam no equilíbrio eletrolítico do nosso corpo. E não é só o nosso sal de cozinha não. Potássio, zinco e ferro, além do cloro e do sódio são muito importantes, porém não são encontrados no sal de cozinha comum. 

O que repõe bastante o potássio é a banana passa. Algumas pessoas acham o gosto desagradável mas vale à pena, pois praticamente não pesa, não ocupa espaço e não estraga fácil, sendo muito recomendada a sua ingestão em atividade de longa duração.

Pode parecer um exagero, mas cuidados adicionais com relação a rotina alimentar devem ser considerados, afinal você estará em outro território que tem hábitos alimentares bem distintos, e aqui cabe uma ressalva: eu não tive nenhum problema com alimentação ou com a água que bebia direto das fontes e em algumas poucas vezes na torneira e até mesmo nas margens dos rios. Mas o que não aconteceu comigo pode acontecer com outra pessoa, e cada caso é um caso a receita neste caso é prevenir para não ter que remediar.

É comum o corpo sofrer alterações antes mesmo do peregrino sair da própria cidade, como por exemplo, sofrer um desarranjo intestinal . O fato está ligado à tensão emocional, que é comum antes de viagens, garantem os médicos.

Ser cauteloso com a alimentação, conforme já escrevemos, é procedimento indispensável para quem não quer ficar na cama, vítima da temida e conhecida diarréia do viajante.

Quando experimenta a culinária local (e quem resiste?), o peregrino entra em contato com micro-organismos com os quais o seu corpo não está acostumado, explicam também os médicos. Além disso, a variação de dieta, em pessoas mais sensíveis, pode significar mal-estar, dizem eles.

A água pode trazer problemas sérios, por isso em caso de dúvida não peça bebida com gelo, pois pode ter sido produzido com água contaminada. Fique muito atento ao que vai pedir para comer e beber. Se você não está acostumado, o melhor é consumir alimentos assados, cozidos ou aqueles que a própria pessoa descasca.

Um sanduíche de jamón (presunto serrano ou ibérico cru) é irresistível e delicioso, mas nas minhas andanças vi muita gente com problemas por não ter o hábito de comer esse tipo de alimento.

Na Espanha não é usual o uso de óleo de soja ou similares, como no Brasil. Lá é empregado o azeite básico para cozinhar. Caso o peregrino não queira preparar a sua própria refeição, há sempre a opção de comer um “menu peregrino” que custa em média de dez a doze euros e é composto de um prato de entrada, um prato principal com algum tipo de proteína (filé de carne de vaca(ternera equivalente no Brasil a vitela), frango, peixe ou porco), tendo algum acompanhamento com arroz arroz, batatas ou algo similar, sobremesa, pão e, pelo menos meia garrafa de vinho.

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